Paralisei. Meu coração bateu mais rápido. A alteração vascular pulsou dos lados do meu ouvido. Minha mente desmoronou. Tudo aquilo que eu havia imaginado que tinha sido esquecido e superado retornou com intensidade.
Uma mera lágrima caiu dos meus olhos. Apenas uma. Nada mais que isso. Eu não iria chorar por ele, era estúpido fazer isso. Mostrar a ele que eu estava fraca não era o certo.
Eu só queria que Josef estivesse aqui agora.
Nego e renego com a cabeça.
Parece que me chamam, mas não os ouço.
Estou inerte. Não sei o que sinto exatamente, mas é uma mistura de ódio, nojo e tristeza.
Por que? Por que ele me pôs nessa situação? Por que tentou arruinar tudo o que eu tinha?
Me pergunto o que fiz de errado.
Me enoja olhá-lo em sua postura satisfeita.
Quero atacá-lo, quero fazê-lo sentir toda dor que senti.
Um nó prende as palavras em minha boca. Uma coisa que senti durante muito tempo.
Presa dentro de uma situação. Presa dentro das minhas raízes. Presa nos olhares lançados em minha direção. Desconfiança, repugnância, indiferença.
O mesmo que lancei a ele desde que o conheci. Será que me veem igual a ele?
Não quero ser igual a ele. Não quero ter nenhum pedaço dele.
Alguém me toca e então volto a realidade. O meu advogado me entrega um copo d’água. Percebo que as minhas mãos estão trêmulas quando agarro o objeto cilíndrico.
(...)
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