Título original: The Picture of Dorian Gray
Autor: Oscar Wilde
Editora Brasileira: Nova Fronteira FNDE
Ano de publicação: 1891
Páginas: 149
Adaptação para filme: 1945 e 2009
Stars: 5/5
Dorian Gray é um aristocrático que acabou de entrar na alta sociedade e possui uma beleza notável e admirável por todos, gentileza e amabilidade. O artista Basil Hallward ao o conhecer, aproximou-se e viraram amigos. Sentindo que Dorian era um inspiração pediu para que ele posasse para uma de suas pinturas e logo aceitou. Com a obra quase pronta, Basil recebe a visita de Henry Wotton, um amigo antigo. Este, assim que vê o retrato, pressupõe que Hallward irá expô-lo quando ficar definitivamente pronto, visto que para ele aquela era a melhor obra de Basil. Porém, o pintor afirma que não irá expôr, pois sente que colocou muito de si naquele quadro. Henry então quis saber quem era o rapaz representado e que fez Basil tomar essa decisão e, após insistir muito, descobre o nome deste. Decide que quer conhecê-lo e então no dia seguinte ele vai ao ateliê de Basil e aproxima-se do Dorian em uma das sessões de pintura. No fim tornam-se amigos por Gray impressionar-se com a filosofia de Henry.
Com a pintura pronta, Basil apresenta-a ao próprio Dorian e ele impressiona-se com a imagem projetada na tela. Henry - que também estava no momento - exalta a beleza do Dorian e até mesmo brinca que se ele sempre se mantivesse jovem seria uma dádiva. Gray, com o narcisismo recaindo sobre si, concorda com Wotton e deseja que a pintura sofresse as deformações do tempo. Como não irá expôr, Hallward dá a pintura à Dorian, que a coloca em sua casa. Após algum tempo, Gray percebe que o quadro sofreu uma deformação, mas que sua face continuava intacta. Apavorado, descobre que o que desejou realmente aconteceu e temendo que alguém descubra, decidiu guardar o quadro em um quarto que não usava mais. Depois disso, passa a aproveitar sua "eterna" juventude com a busca dos prazeres (hedonismo) e da felicidade, nem que para isso tenha que ser imoral, matar pessoas e tornar-se um monstro.
Publicado em uma época em que muitos assuntos eram considerados tabus, a obra consegue fazer uma abordagem boa do hedonismo, homossexualidade (mesmo que por vezes censurada) e esteticismo. Com sua imagem imutável, Dorian conseguia cometer atrocidades e continuar um ser "adorável" devido sua aparência. É como se o personagem adquirisse duas personalidades e as manuseasse de acordo com a situação que encontrava. Além disso, privilegiava muito o posto de manter a popularidade entre os da alta sociedade através de seu rosto "perfeito", o que sempre conseguia. Uma curiosidade é que o autor, Oscar Wilde, teve os três personagens principais como inspiração em si mesmo. Basil, retratava o que ele era; Henry era o que os outros pensavam dele; e Dorian era o que ele queria ser em outras Eras.
Trazendo para a realidade, pode servir como crítica para a sociedade atual, que busca incansavelmente ser perfeita e não aceitar envelhecer, o que acaba por se submeter a intervenções cirúrgicas e investir na estética, como também leva a reflexão de que não se deve julgar pela aparência. Sendo assim, observando toda a trama, acredito que é um livro necessário, tanto para pessoas mais velhas quanto para adolescentes. Ele consegue envolver o leitor muito rápido e causar o suspense na medida certa.
Citação:
"O olhar ia da fisionomia depravada e envelhecida da tela ao rosto jovem e atraente que lhe sorria no espelho. Sorria de prazer. Estava cada vez mais enamorado de sua própria beleza. E cada vez mais empenhado em corromper a própria alma."
- 0 retrato de Dorian Gray, pág 79, Nova Fronteira, Oscar Wilde
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Obrigada pela leitura! <3