Título original: To Kill a Mockingbird
Autor: Harper Lee
Editora Brasileira: José Olímpio
Ano de publicação: 1960
Páginas: 349
Adaptação para filme: 1962
Stars: 5/5
Em Maycomb, no Alabama, enquanto a depressão de 1929 circundava os Estados Unidos, Jean Louise Finch, ou apenas Scout, narra sua história na percepção de criança ao redor do irmão Jem e o amigo dos dois, Dill, que vem sempre do Mississipi passar as férias de verão com eles. A narrativa se inicia no verão em que os irmãos Finch conhecem Dill e a partir disso passam a brincar todos os dias juntos. Os vizinhos dos Finch - família Radley - sempre foram misteriosos para Jem e Scout, uma vez que Arthur Radley (Boo) nunca sai de casa, e isso os faz pensar em um mini roteiro (baseado no que uma moradora da vizinhança falava dos Radley) para encenar com o vizinho em um papel principal e em maneiras de fazer o tal Boo dar as caras na varanda, embora eles tivessem relutância de passar na frente da casa ou chegar até o portão. Certo dia o pai de Scout e Jem, Atticus Finch, um advogado muito respeitado na região e que tenta educar os filhos da melhor maneira possível, contando com ajuda de sua empregada Calpúrnia os vê encenando a peça e pedem para que deixem Boo em paz.
O verão passa, os Finch mais novos se despedem de Dill e Scout vai para a escola pela primeira vez. Lá ela vive novas descobertas, gostando de algumas e odiando outras. Os anos se passam e a narradora começa a perceber algumas diferenças na forma do seu irmão agir, já que ele está amadurecendo, assim como ela. Ambos, que antes faziam de tudo para descobrir coisas da vida misteriosa de Boo Radley, agora não se interessam mais por isso. Tudo estava caminhando bem até que Atticus recebe a tarefa de ser a defesa de Tim Robinson, um homem negro que foi acusado de estuprar Mayella Ewell, uma mulher branca de família pobre. Numa sociedade que vivia a segregação racial, Atticus passa a ser criticado e odiado, atigindo de certa forma também a seus filhos, devido o preconceito da vizinhança majoritariamente branca.
Através da trama é possível inferir que o ser humano não nasce preconceituoso, a sociedade o leva a isso. Como dito antes, Scout - uma criança - conta a história, mostrando as cenas através da sua perspectiva infantil e inocente. Ela vai descobrindo a maneira como as pessoas se comportam e a interferência disso no moldar das relações humanas com o passar dos anos, enquanto amadurece. O preconceito racial é apresentado de uma forma interessante, principalmente por Scout, devido os ensinamentos de seu pai, considerar que todos são iguais e ficar confusa com as injustiças e a intolerância da vizinhança dela.
A escrita é maravilhosa. Harper Lee conseguiu me cativar fácil e, consequentemente, fez com que eu terminasse o livro rápido. O desenvolvimento dos personagens foi o que mais amei. O fato de Scout deixar algumas brincadeiras de lado ao começar a ir a escola, ou o seu irmão se distanciar dela em alguns quesitos e até mesmo achar algumas de suas atitudes intolerantes reforçam o crescimento dos personagens. Dessa maneira, considerando todo o contexto e envolvimento que tive com a história, recomendo essa rica leitura, cheia de cenas boas e ensinamentos. É um livro que vai te transportar para a década de trinta facilmente e trazer boas reflexões.
Citação:
"Antes de ser obrigado a viver com os outros, tenho de conviver comigo mesmo. A única coisa que não se deve curvar ao julgamento da maioria é a consciência de uma pessoa."
- O sol é para todos, Harper Lee, Página 135, editora José Olímpio
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Obrigada pela leitura! <3