Mudança de agosto

Foi agridoce. Eu não estava realmente animada, ao mesmo tempo que gostaria muito de sair daquela realidade. Realidade não, rotina. Eu só não esperava que ficaria terrivelmente emotiva e sensível por ter mudado bruscamente, embora um pedaço enorme meu quisesse. Fiquei barroca naquele momento e nunca imaginei que ouviria um “que pena”, cansaria tanto, teria um dos melhores dias na escola, primeira vez sem a máscara após liberação, voltar a falar com algumas pessoas, rir muito, sentir a união da sala como uma grande família. 

Realmente, fui pega de surpresa e acho que tudo o que aconteceu na última sexta foi uma despedida de respeito em relação ao meu velho lar. Não sei se me dou bem com mudanças, mas é como se em cada uma delas um pedaço meu morresse para que outro pudesse surgir. Como a Sophia de Vision, é preciso deixar algumas coisas de lado para que outras possam florescer e sentir isso na pele é assustador por o novo ser desconhecido, mas que ao mesmo tempo te deixa leve para encará-lo.


Nota da autora:

Só algo escrito em agosto, após eu mudar de casa. 

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