Título original: Le Tour du Monde en quatre-vingts jours
Autor: Júlio Verne
Editora Brasileira: Editora FTD S.A.
Ano de publicação: 1873
Páginas: 237
Adaptação para filme: 1956 e 2004
Stars: 5/5
Phileas Fogg, um inglês da alta sociedade, é um homem que prefere se manter longe do centro das atenções e sempre marca presença no Reform Club, um clube de refúgio para homens da época encontrarem os amigos ou entreter-se com jogos, livros e jornais. Na sua essência, Fogg é um indivíduo tranquilo, que pratica boas ações sempre que pode, de poucas palavras e que segue uma rotina milimetricamente planejada, como bem observa seu mais novo criado, Passepartout. Este, está a começar o seu primeiro dia de trabalho, a substituir o criado anterior que foi demitido após errar a temperatura da água do patrão.
No mesmo dia da contratação de Passepartout, o seu senhor vai ao clube para divertir-se com algumas partidas do seu jogo preferido, whist. Na mesa de jogos com outros três amigos, descobre que houve um roubo no banco em um valor exorbitante e passam a supor caminhos que o ladrão poderia ter ido para despistar todos que estão à procura dele. Nessa discussão, entra-se na perspectiva de que o mundo está tornando-se cada vez menor e que o ladrão poderia ir para qualquer país facilmente. É aí que Phileas afirma ser possível dar a volta ao mundo em exatos 80 dias, com todos os contratempos incluídos. Desacreditado pelos seus companheiros de jogo, fazem uma aposta em que ele deve cruzar o mundo e voltar a aquele mesmo lugar 80 dias depois. O Sr. Fogg aceita a aposta e logo começa a preparar-se para uma grande aventura, junto com o seu mais novo criado. Nessa viagem, salvarão pessoas, arrumarão confusões e serão perseguidos.
Analisando a narrativa, percebe-se que se trata de uma história que explora bastante a área da geografia onde mostra ao leitor a modernização do mundo e a ideia de aldeia global, onde o planeta está cada vez menor devido aos meios de transporte. A ambientação fica encarregada de sempre descrever os transportes da época com detalhes relevantes e trazer toda a aura do lugar e das pessoas. As personalidades mostradas das pessoas em cada país que Fogg passou revela bastante como era norteada a tradição nos países.
Quanto aos objetivos da história a levar em consideração os personagens principais, é visível que o dinheiro pode mover muita coisa, claro, quando há a ambição das pessoas e Fogg soube usar muito bem desse recurso que tinha ao seu favor. Além disso, é perceptível a noção de que nem sempre estamos certos das nossas convicções e isso pode atrapalhar a vida dos outros. Algo curioso é que o personagem Passepartout foi sugerido pelo editor de Júlio Verne, Hetzel. A escrita de Verne era muito científica e sombria, o que afastava bastante os leitores. Foi então que Hetzel apareceu em sua vida e ajudou-o com isso. Porém, sua marca ainda ficou em Phileas Fogg, que encarregou-se de ser um homem reservado e, por vezes, com emoções controladas.
Portanto, considerando toda a trama e a maneira como foi trazida, sempre com um suspense rodeando os personagens principais, a volta ao mundo em 80 dias é uma obra encantadora e que prende até o último capítulo, com revelações boas e coerentes em todo o contexto. Recomendo para todos que gostam de uma boa aventura misturada, claro, com uma dose de suspense e uma pitada de humor. É um livro que vai te levar rapidamente para meados do século XIX e te deixar pensando em tudo por muitas horas.
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Obrigada pela leitura! <3