O conto apresenta um narrador (não explicita seu nome, no entanto especifica ser um homem) que essencialmente fala sobre sua relação com animais domésticos desde que era criança até a vida adulta, principalmente sua relação com um gato preto que cria com sua mulher, junto a outros animais. De fato, em um primeiro momento logo vê-se o amor que ele demonstra pelos bichos e vice-versa. Porém, o tempo passa e a maldade começa a abatê-lo, sendo violento com os seres que tanto cuidou e amou.O gato, diferente dos outros animais, era mais estimado, não sendo ferido e maltratado com frequência. No entanto, o tal homem certa vez chega em casa bêbado e fura, com um canivete, o olho do gato preto. A embriaguez é apontada (por ele próprio) como culpada por seu descontrole. Ele culpa-se pelo açoite, mas algo maligno parece apoderar-se dele, que vai tomando um rumo perverso e passa a ter aversão ao pobre gato. Outro dia, cansado de ver o gato caolho, decide matá-lo enforcado. Isso desencadeia uma sequência de fatos um tanto misteriosos.
Essencialmente, a história é relatada em primeira pessoa onde o narrador é o próprio personagem (narrador-personagem) e apresenta os acontecimentos em seu ponto de vista. Uma estratégia amplamente usada foi o personagem iniciar o conto dirigindo-se ao leitor, como se para ganhar uma veracidade às suas perspectivas. Tal atitude leva o leitor a crer que tudo ocorreu daquela maneira, porém quando contamos algo a alguém, é provável que façamos algumas distorções, e claro, levamos a situação para o nosso lado. Como no livro, Morte na Mesopotâmia, o personagem principal (detetive Hercule Poirot) em uma resolução de caso, trouxe uma realidade verdadeira ao dizer que todos nós temos a tendência a nos autoenganar quanto aos motivos de nossas próprias ações. Sendo instintivo selecionarmos o motivo mais politicamente correto. De fato, sempre levamos os acontecimentos em que participamos para o nosso lado, o lado correto em nossas verdades.
De modo geral, é um conto que instiga bastante e surpreende de maneira esplendorosa. Alguns pontos que busco em um terror são as motivações, a mente do culpado, suas aflições e concepções de mundo ou do assunto narrado. Desta maneira, entendendo o suspense que o autor quis causar, gostei demasiado da leitura. O autor soube prender o leitor até o último segundo, com um plot twist que deixou-me sem reação. No entanto, algo que considero negativo é a incógnita que ainda resta, como se houvesse alguma peça a ser juntada, ou até mesmo revista. Já li livros como “O homem de giz”, que traz essa espécie de aflição até o fim, como se o final estivesse em aberto mas na verdade nunca esteve. Não sei a real intenção do autor, no entanto senti falta de um fim “completo”, embora estivesse deixado entrelinhas que morreria no outro dia. Veio-me a pensar ser de forca, já que faria um sentido tendo em vista como o gato foi morto, mas ainda sim acredito que seja um lado negativo por existir pessoas que não se familiarizam tanto com o tema e, ao ler esse conto, fiquem perdidas.
Citações:
“Não temos nós uma perpétua inclinação apesar de nosso melhor bom-senso, para violar o que é a lei, pelo simples fato de compreendermos que ela é a Lei?”
“Era agora, digo, a imagem de uma coisa horrenda, de uma coisa apavorante. . . a imagem de uma forca! Oh, lúgubre e terrível máquina de horror e de crime, de agonia e de morte!"
“Meus únicos companheiros eram os maus pensamentos, os mais negros e maléficos pensamentos.”
Sobre o autor:
- Edgar Allan Poe nasceu em 19 de janeiro de 1809, nos EUA;
- Ficou órfão aos 2 anos de idade;
- Na universidade de virgínia, tornou-se alcoólatra e viciado em jogos;
- Foi influência para grandes autores, como a autora do detetive Hercule Poirot (Agatha Christie) e um dos mais famosos resolvedores de casos policiais o Sherlock Holmes, de Conan Doyle;
- Publicou o primeiro livro em 1827, de poesia;
- Segue uma linha de narrativas de terror, suspense e policial;
- Morreu aos 40 anos de idade, em Baltimore devido ao histórico de alcoolismo.
Fonte das informações sobre o autor: https://www.lpm.com.br/site/default.asp?TroncoID=805135&SecaoID=0&SubsecaoID=0&Template=../livros/layout_autor.asp&AutorID=37
Nota da autora:
Hellouisss! O conto acima foi uma proposta de leitura dada pelo meu professor de português e como o achei interessante resolvi trazer minhas impressões a respeito dele. Foi uma atividade acadêmica, então apenas adaptei e trouxe para cá. Sei que estou um tanto sumida por aqui e já fará 2 anos da primeira postagem... Não sei se farei algo para marcar o dia, mas estou feliz por não ter desistido. O blog ajudou-me demais com a escrita (embora eu já o fizesse antes) e tornou-se uma parte de mim. Enfim, obrigado pela leitura. Espero que tenha gostado do conto e vá procurá-lo depois, garanto que não irá se arrepender! Até mais <3
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Obrigada pela leitura! <3