RESENHA Nº2: A Forma da Água

Título original: The Shape of Water
Autor: Guillermo del Toro e Daniel Kraus
Editora Brasileira: Intrínseca
Ano de publicação: 2018
Páginas: 352
Adaptação para filme: 2018 
Stars: 5/5

O livro "A Forma da Água", que em 2018 também foi adaptado para o cinema, passa-se em meados dos anos sessenta e retrata Elisa Esposito, uma mulher órfã que teve suas cordas vocais prejudicadas quando ainda era bebê e que trabalha como zeladora em um secreto laboratório experimental do governo, a OCCAM. Ela mora logo acima do cinema e tem um vizinho chamado Giles ( um velho solitário que busca por uma pessoa do mesmo sexo que o seu para passar o resto da vida). Sua rotina na OCCAM é monótona e corriqueira, onde deve apenas deixar o local limpo e não comentar nada sobre o que vê. Isso muda quando escalam ela e sua amiga Zelda - a qual sofrerá alguns preconceitos ao longo da trama por ser negra - para limpar o laboratório F-1 que está sobre a supervisão do militar Richard Strickland - o qual aparenta ter a família perfeita e rebaixa todos os que para ele são inferiores.

Quando chegam nessa tal sala, deparam-se com o Deus Brânquia (um ser desconhecido que vive nas águas, o qual foi capturado pelo militar na Amazônia e trazido aos EUA a fim de ser usado como fonte de pesquisas e talvez como armamento) sendo maltratado por Richard. A personagem principal tem um choque de realidade ao ver o modo como ele sofre sem poder defender-se por estar acorrentado porém, ela não pode fazer nada a respeito. Os dias se passam e a cada vez que Elisa limpa a F-1, senti uma energia boa que emana dele e percebe que nutri sentimentos pela criatura descobrindo ser também recíproco. Assim que conclui estar apaixonada, descobre que Strickland quer matar o Deus Brânquia para "estudá-lo melhor". Esposito fica apavorada e com a ajuda de Giles, esquematiza um plano para retirá-lo a todo custo de lá.



A obra carrega diversos ensinamentos, uma grande carga social nas costas e muitos pontos considerados positivos em todo o contexto. Por se passar em plena guerra fria e ver a captura do Deus Brânquia como algo que mostrasse poder e ascensão na sociedade, Strickland é o perfil que maior descreve os homens considerados padrão na época, com uma mulher submissa aos seus desejos e filhos, o famoso machista. Enquanto que, diferente dessa realidade padrão, a personagem principal comunica-se apenas pela linguagem de sinais, é órfã, se apaixona por uma criatura desconhecida - ou trazendo para realidade, considerada diferente e que deve ser eliminado por fugir dos padrões impostos - e encontra-se em uma das mais baixas classes da sociedade junto com Zelda que sofre racismo e, ainda, seu vizinho ser homossexual.

Na minha opinião, este livro não tem nenhum ponto negativo. A forma que ele apresenta a realidade da época - ainda mostrada nos dias de hoje - nos faz abrir os olhos para o que acontece e muitas vezes não é dado a devida importância. Além disso, traz uma reflexão enorme sobre a forma que a sociedade se molda na atualidade e os efeitos que isso pode trazer para o modo de agir de cada ser humano.


Nota da autora:
Já leram A Forma da Água? Se sim, o que achou? Se não, leria?
Comentem e obrigado por lerem!

Comentários

  1. Nunca li, mas pela sua resenha consegui imaginar a história toda e parece ser bem legal. Amei sua resenha, ficou incrível!

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  2. eu já assisti o filme , eu irei ler o livro...

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    1. Olá! Ah, que ótimo, espere que goste! Só posso afirmar que o livro é o espelho do filme. Obrigado pela leitura da resenha :)

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Obrigada pela leitura! <3